sexta-feira, 30 de março de 2012

GP BRASIL: 40 ANOS DE HISTÓRIA

No início dos anos 70, a campanha do governo era “Este é um país que vai prá frente...” A recessão no mundo por causa do petróleo era grande (hoje temos marolinha, pré-sal...) e a gente andava de Ford Galaxie, Dodge Dart..., éramos campeões do mundo com o futebol, éramos campeões de F-Ford, Fórmula 3, tínhamos o piloto que conseguiu a 1ª vitória na F1 para o Brasil e com muito empenho do Antonio Carlos Scavone, o dinossauro da rede plin-plin (TV Paulista, canal 5), e aproveitando a influência do Emerson e da corrida no país dos “hermanos”, teríamos a 1ª prova de Fórmula 1 no Brasil.

Ah, em tempo, era o ano do Sesquicentenário da Independência!!! E no dia 31 (de março) comemorava-se 8 anos da revolução de 1964!

A prova foi disputada em uma quinta feira, dia 30 de março, com os pilotos brasileiros, Emerson (Lotus), Wilsinho (Brabham) e Luis Pereira Bueno com uma March alugada pela equipe Hollywood e José Carlos Pace com a Williams-Iso.

O público foi recorde, aproximadamente 30.000 pessoas em plena quinta feira!

Naqueles tempos, só se chegava de carro ou de ônibus, e o público se espalhava por todo o circuito, o clima era parecido com piquenique, e adivinhem: Invasão de pista para ver os carros. A novidade era que ninguém das equipes ligava muito, era só não querer pegar um suvenir diferente como uma roda, um bico...Adesivo até que podia.

Mais novidade, Luis Pereira Bueno, com a March, quebra o recorde de velocidade do anel externo de Interlagos, com 211, 963 Km/h.

Na corrida houve a liderança de Wilsinho nas primeiras voltas e depois a liderança de Emerson. Pena que a 5 voltas do fim, quebra a suspensão traseira da “negrinha” como ele chamava a Lotus 72 D, com patrocínio da JPS.

E a primeira decepção em GP’s Brasil, vitória de um argentino, Carlos Reutmann, com a Brabham.

A classificação final foi: 1º Carlos Reutmann; 2º Ronnie Peterson, 3º Wilsinho Fittipaldi; 4º Helmut Marko, 5º Dave Walker e 6º Luis Pereira Bueno.

Como a prova era extra-campeonato, não contava pontos para o mundial, seria para checar a organização, etc... E neste ponto quase que o povão coloca tudo a perder com o lançamento de copos, latinhas na pista, fora a quantidade de papel picado o que atrapalhou a vida de alguns pilotos, entre eles José Carlos Pace.

Já nesta corrida se checava quem era piloto e fazia a curva 1 e 2 flap (de pé em baixo)_ são as curvas que estão logo após a entrada do “S” do Senna, seguindo pela reta dos boxes_, faziam todo o retão, onde ficamos sofrendo hoje, curva 3... Reta oposta, curva do Sol, Sargento, Laranjinha, Ferradura, Pinheirinho...



Hoje se sente falta da curva do Sol e principalmente a Ferradura, ver os carros saindo de traseira e a correção em sobresterço dos pilotos era coisa prá gente grande, acho que a maioria dos pilotos de hoje não conseguiriam fazê-las sem este monte de equipamentos eletrônicos.

No final da corrida, o calor era de uns 30 graus, mas nada que um Guaraná Champagne da Antarctica, vendida na frente do Autódromo, não resolvesse.

E no caminho de volta, no ponto de ônibus comentários sobre o ronco dos motores, a corrida, nada diferente dos dias de hoje, os mesmos sentimentos de querer mais na próxima, na próxima, e olha que lá se vão 38 anos, provavelmente a maioria dos futuros dinossauros que fazem parte da GGOO nem havia cogitado vir ao mundo e principalmente gostar de F1...

Grande abraço, Dr. Roque.

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