quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O ÚNICO PÓDIO DA COPERSUCAR NO BRASIL*

* Por Lucas Berredo



Não apenas de tristezas e infortúnios viveu a Copersucar, única equipe brasileira a competir na F1. Há exatamente 35 anos, no dia 29 de janeiro de 1978, o bicampeão Emerson Fittipaldi, a bordo do modelo F5A, cruzou o GP do Brasil em segundo lugar. Foi a primeira e única vez na história em que um carro nacional encerrou a corrida no pódio.

À época, o panorama da Fittipaldi não era tão ruim quanto nos anos anteriores. Projetado por Dave Baldwin (ex-Ensign) e Giacomo Caliri, o F5A se mostrara um carro confiável na primeira etapa de 1978, em Buenos Aires, quando Emerson se classificou em 17º lugar e encerrou em nono.

Duas semanas depois, no extinto Jacarepaguá, o Rato surpreendeu e fez o sétimo melhor tempo no sábado, classificando-se na quarta fila ao lado da promissora Williams de Alan Jones.

No dia seguinte, pulou para a quinta colocação logo no início – numa época em que boa parte da crítica o classificava um péssimo piloto de largadas –, fez ultrapassagens e soube poupar o carro na hora certa até chegar em segundo.

A comoção tomou conta dos boxes da Copersucar. Sob o forte calor do Rio, Maria Helena, mulher de Emmo, chorou, e Suzie, a esposa de Wilsinho, desmaiou. Ricardo Divila, um dos projetistas do carro, comemorava. “Essa colocação é fruto de oito meses de trabalho. Agora, até o GP da África do Sul, teremos um mês para trabalhar na aerodinâmica”, disse o engenheiro à “Folha de São Paulo”.

Fittipaldi, por sua vez, foi lacônico. “Estava com saudade do pódio”, declarou o bicampeão.

Antes do clímax, a alta temperatura na Barra da Tijuca provocou inúmeras quebras – entre elas a favorita McLaren, de James Hunt – e apenas 11 pilotos terminaram a corrida.

Carlos Reutemann, da Ferrari, foi o vitorioso. O argentino aproveitou um erro do pole Ronnie Peterson, da Lotus, e pulou à frente logo no início da corrida, liderando todas as voltas e encerrando o percurso em 1h49min59s860. Atrás dele, ficaram Fittipaldi e Niki Lauda, em seu segundo GP pela Brabham.

Relembre um pouco da histórica corrida neste vídeo da tevê alemã abaixo:

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