segunda-feira, 13 de maio de 2013

Alonso vence, mas cobra a Ferrari*

* Por Lívio Oricchio


Fernando Alonso aprendeu com Flavio Briatore, quando foram campeões do mundo com a Renault, em 2005 e 2006: as celebrações por uma vitória terminam no dia da conquista. “Caso contrário não é possível obtê-las novamente”, diz o italiano.


Por essa razão o piloto da Ferrari afirmou depois de vencer ontem o GP da Espanha, de forma espetacular, em Barcelona, diante da entusiasmada torcida, e reduzir de 30 para 17 pontos a diferença que o separa do líder do Mundial, Sebastian Vettel, da Red Bull (89 a 72), quarto colocado, ontem: “Não estamos contentes ainda com o redimento do nosso carro, precisamos adotar uma estratégia agressiva de desenvolvimento para as próximas corridas”.

Largar na quinta colocação, optar por quatro pit stops e receber a bandeirada 9 segundos na frente do segundo colocado, o veloz e constante Kimi Raikkonen, da Lotus, agora a apenas 4 pontos de Vettel (89 a 85), foi possível, segundo Alonso, por causa do ritmo “excepcional” do modelo F138 da Ferrari em condição de corrida. “Temos um dos melhores carros, senão o melhor para o domingo. Mas sofremos ainda aos sábados, nas sessões de classificação.”

E apesar do otimismo com relação à sexta etapa do calendário, dia 26 em Mônaco, Alonso considera essencial a Ferrari tornar seu carro mais eficiente na definição do grid. “Aqui no Circuito da Catalunha larguei em quinto e venci, mas em Mônaco será bem mais difícil, por isso temos de ser mais rápidos na classificação.”

E se o desafio de Alonso foi grande para ganhar o GP da Espanha, largando em quinto, Massa também teve de resgatar o seu melhor para começar a prova em nono no grid e ser terceiro, primeiro pódio da temporada. Não estava totalmente feliz, no entanto: “Fiquei com aquele gostinho de que poderia ser melhor. O carro estava ótimo (leia à parte)”.

Os pneus foram decisivos na etapa de Barcelona. A Pirelli levou os novos duros e os médios. Depois da primeira onda de pit stops, entre as voltas 9 e 11, ficou mais ou menos evidente que a luta pela vitória seria entre Alonso, na provável estratégia de quatro paradas, e Raikkonen, três. Vettel não demonstrou poder acompanhar os dois, tanto que não foi ao pódio e terminou 38 segundos atrás do espanhol.

“Só compreendi que a corrida estava na minha mão depois do último pit stop (na 49.ª volta de um total de 66), em que voltei à pista em primeiro, 8 ou 9 segundos na frente de Kimi”, comentou Alonso. Foi sua 32.ª vitória na Fórmula 1. A sua frente estão agora apenas Michael Schumacher, 91, Alain Prost, 51 e Ayrton Senna, 41.

A estratégia do finlandês era estar na frente de Alonso nesse momento. Sua última parada foi na 45.ª volta. “Infelizmente não tínhamos pneus novos para a corrida, já o havíamos usado na classificação”, explicou Raikkonen. Se os tivesse provavelmente poderia repetir a vitória obtida no GP da Austrália em condições semelhantes, quando também fez um pit stop a menos e principalmente por isso venceu.

Os dois pilotos da primeira fila, a dupla da Mercedes, o pole position, Nico Rosberg, e Lewis Hamilton, deixaram seus carros indignados. O alemão acabou em sexto, mais de um minuto depois de Alonso, e Hamilton em 12.º, uma volta atrás. “É inacreditável, fui ficando cada vez mais lento, era ultrapassado a cada volta, a degradação foi altíssima, nos dianteiros, traseiros”, falou, bravo, Rosberg.

“Foi uma experiência que não desejo repeti-la. Apenas de todas as novidades no carro não evoluímos nada nesse sentido”, afirmou Hamilton. Os dois, no entanto, são desde já, por mais paradoxal que possa parecer, os favoritos para o GP de Mônaco. “A Mercedes foi a mais rápida na classificação no ano passado, este ano tem de novo o carro mais veloz na definição do grid, (conforme atestam as três últimas poles seguidas), e nas ruas de Mônaco é muito difícil ultrapassar”, previu Raikkonen.

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