sexta-feira, 30 de agosto de 2013

SENNA ESPECIAL: GP INGLATERRA, 1990


REPLAY: WRC - RALLY DA ALEMANHA 2013


Partida*

* Por Humberto Corradi



O ótimo Alberto Blanco traz mais um infográfico sobre a temporada 2013 da Fórmula 1.

Legal ver a avaliação da performance dos pilotos após a primeira volta de cada etapa deste ano (até Hungaroring).

A posição no grid obtida na classificação do sábado é muito importante, claro, mas uma boa largada bem é fundamental.

Dá pra ver bem quem é quem depois que a luzes se apagam.

Repare em algumas coisas interessantes.

 - Sebastian Vettel e Fernando Alonso costumam sempre ganhar posições.

 - O mexicano Sergio Perez é bem agressivo.

- Depois dos acidentes do ano passado, Romain Grosjean tem sido bem cuidadoso. Até demais.

- E que essa não é a praia de Lewis Hamilton e Vergne...

FIA WEC 6 HORAS DE SÃO PAULO: SPOTTER GUIDE*

* Por Rodrigo Mattar


Uma relação desgastada*

* Por Luis Fernando Ramos


Tudo bem que não havia muito o que a Ferrari comemorar depois da performance dominante de Sebastian Vettel em Spa-Francorchamps. Mas chamou a atenção a chegada de Fernando Alonso, depois de uma corrida brilhante em que saiu de nono do grid para o segundo lugar: não havia nenhum membro da equipe no pitwall para celebrar o piloto, apenas o seu fisioterapeuta segurando uma fria placa de tempos.

Alonso também escancarou o momento de tensão que vive na Ferrari ao passar com o carro bem longe do muro dos boxes. É assim que o espanhol vai para o GP da Itália, o principal do ano para a equipe. O que há por trás deste desgaste?

Um dos motivos é o “puxão de orelhas” público que o presidente Luca di Montezemolo fez em sua estrela. A questão entre os dois vai além dos problemas no desenvolvimento do carro. O empresário de Fernando Alonso pode até ter sondado outras equipes para ver a situação. Só que não há alternativas para o espanhol além da Ferrari. A Red Bull vai confirmar Daniel Ricciardo e jamais teria o interesse de juntar Alonso e Vettel no mesmo canto. Mercedes e McLaren já estão com suas duplas prontas para o ano que vem. A Lotus poderia ser uma alternativa, mas o frágil estado financeiro do time não garante a competitividade do carro e isto não interessa ao piloto. Resta ficar em Maranello.

Neste cenário, Alonso perdeu força política internamente. A influência de sua opinião na escolha do companheiro já não é mais tão grande. E o time se viu à vontade para negociar com um piloto do calibre de Kimi Raikkonen (o que não significa que um acordo vá acontecer). Alonso não deve ter gostado, mas teve de se calar. Restou mostrar seu descontentamento na chegada em Spa: “eu piloto muito, mas posso tomar um rumo distante”, foi sua mensagem para Montezemolo.

O tempo que a Ferrari está tomando para decidir a segunda vaga é, acima de tudo, um tempo para que o time e o espanhol voltem a se entender melhor.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

SENNA ESPECIAL: GP MÔNACO, 1986


F-INDY: VOLTA VIRTUAL - GP DE BALTIMORE 2013

Hélio com sorte*

* Por Téo José

Will Power, da Penske, quebrou um jejum de vitorias de quase 16 meses e venceu o GP de Sonoma, disputado ontem, na Califórnia. Hélio Castroneves saiu do quinto lugar e terminou em sétimo. Scott Dixon, seu maior adversário na luta pelo campeonato, chegou a liderar, mas foi punido por se envolver em confusão dentro dos boxes.

Na saída de um pit stop acabou atropelando dois mecânicos da Penske, que trabalhavam no carro do Will Power. Terminou apenas em 15º. Tony Kanaan, com um carro pouco competitivo, punição e tática errada da sua equipe KV foi o 13º colocado. Helio agora é líder com 39 pontos de vantagem, faltando quatro provas para o final da temporada.

A punição é muito polêmica. Já que existe alegação do carro do Power não estar na área correta para o trabalho do mecânicos, por outro lado, existe acusação de falta de atenção do Dixon. O regulamento diz que em caso de um piloto no trabalho de box passar cima de qualquer equipamento ou mesmo atropelar pessoas, tem de ser punido.

Isto aconteceu. O que se discute é o posicionamento da turma da Penske. Por isso é uma questão de interpretação e a minha é que mesmo sendo uma manobra bem confusa, daria a punição.

No caso do Hélio, há duas visões. Uma que ele nas últimas onze provas sempre está entre os dez primeiros e lidera o campeonato nas últimas 11 corridas. Por outro lado, nas últimas seis só subiu ao pódio em uma. Vem tendo sorte, porque Dixon, vencedor de três das últimas cinco, já terminou sete depois da décima colocação.

Eu esperava uma prova melhor do Hélio, pelo que mostrou nos treinos livres. Já está abusando da sorte. Precisa voltar a vencer ou lutar mais perto pela vitória. Sim, está com sorte de campeão. Mas vai que vira. Por isso precisa melhorar seus resultados na pista e evitar ser atropelado na reta final.

Apesar de provas irregulares, vem ampliando a liderança. Mas um titulo se conquista também com resultados entre os primeiros e a arrancada do Dixon, mesmo com este resultado ruim, preocupa.

A próxima corrida é domingo, circuito de rua de Baltimore.

ALGUÉM ME EXPLICA?


Grande desafio para Massa e Nasr*

* Por Lívio Oricchio

Pouco antes do GP do Canadá, em junho, o cenário para o Brasil ter até mesmo dois representantes na Fórmula 1 era bom. Felipe Massa fazia boa temporada na Ferrari e Felipe Nasr, da Carlin, na GP2. Hoje, dois meses apenas depois, a possibilidade de o País ter representante na competição ficou menor.

Massa não disputou ontem um GP da Bélgica dos sonhos, como seria importante para impressionar a direção da Ferrari. Ele mesmo já disse estar sob exame. E Nasr cometeu erro importante sábado, em Spa-Francorchamps, ao tentar ultrapassar o companheiro, o inglês Jolyon Palmer.

Seu desempenho na corrida de ontem, contudo, segunda da GP2 no fim de semana, impressionou a todos. Largou em último e chegou num fantástico oitavo lugar. Mas ao não marcar pontos, sábado, jogou fora a possibilidade de assumir a liderança do campeonato. O seu adversário principal, até então, o monegasco Stefano Coletti, da Rapax, também não ficou entre os dez primeiros.

Agora, segundo com 130 pontos, Nasr terá de enfrentar não apenas Coletti, ainda líder, com 135 pontos, como dois outros concorrentes, o suíço Fabio Leimer, da Racing, com 128, e o inglês Sam Bird, da Russian, com 121. Os dois aproveitaram-se das dificuldades de Coletti e Nasr no circuito de Spa-Francorchamps e de suas belas performances para entrar na luta pelo título.

Diante de como o mercado da Fórmula 1 está se definindo, ser campeão da GP2 parece ser pré-requisito sine qua non para ascender à competição maior.

Nos próximos dois meses Massa e Nasr têm de recuperar o terreno perdido para o Brasil voltar a pensar em ter piloto no grid da Fórmula 1 em 2014. Massa voltar a ser o piloto veloz, combativo e regular que o levou a quase ser campeão em 2008 e Nasr conquistar o título da GP2. São desafios grandes.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

SENNA ESPECIAL: GP BÉLGICA, 1991


RELÍQUIAS NACIONAIS: FÓRMULA 3 SUDAM, CASCAVEL/PR, 1990

O termômetro do mercado*

* Por Luis Fernando Ramos

A ausência de anúncios de pilotos durante a pausa de verão e também neste final de semana em Spa indica que, nos bastidores, as conversas do mercado estão fervendo. E as coisas não estão acontecendo porque o quadro exato de cada equipe não é claro para ninguém. Teoricamente há mais vagas e pilotos no mercado do que o noticiário sugere. De tudo o que eu ouvi e filtrando as boas das más fontes, este é o quadro momentâneo dos bastidores nas grandes equipes.

Red Bull
Tudo indica que Daniel Ricciardo será anunciado, mas a “cravada” dos colegas do Sport Bild foi ligeiramente precipitada. Se já tivesse fechado, o anúncio teria sido feito. Ontem, Christian Horner insistiu que nada está decidido e sinalizou que Raikkonen ainda está na briga. Colegas ingleses mencionam também Jenson Button, cuja opção de renovação com a McLaren ainda não foi exercida pela equipe. É até possível que seu empresário tenha sondado outras equipes, o que seria normal num caso desses. Mas o inglês deixa claro que quer permanecer no time de Woking. De qualquer forma, ainda que a Red Bull não finalizou nada, tende a fechar com Ricciardo.

Mercedes
Manterá sua dupla em 2014.

Ferrari
Vamos à lista de nomes ligados ao time de Maranello que ouvi neste final de semana: Kimi Raikkonen, Nico Hulkenberg, Jenson Button, Paul di Resta, Adrian Sutil, Jules Bianchi e até mesmo o de Pastor Maldonado (podem rir alto como eu ri quando ouvi esta). Separando o joio do trigo: Massa, Raikkonen e Hulkenberg são quem tem chances realistas de correr pela equipe. Dos três, o finlandês é quem aparece com menos chances - pelo orgulho de Montezemolo e pela opinião de Fernando Alonso, que não se oporia nem a Massa e nem a Hulkenberg. De qualquer jeito, a Ferrari não tem pressa e deve tomar uma decisão só depois de Monza ou mesmo de Cingapura. Um prazo que pode influenciar na decisão de Hulkenberg: ele aparece com boas chances também na Lotus e gostaria de acertar com algum dos dois times logo, e não ficar esperando por algo que talvez não venha e correr o risco de terminar sem nada.

Lotus
Ainda acredito que este será o destino final de Kimi Raikkonen. Ele se sente bem no time, mas há uma questão financeira: o caixa da Lotus não é dos mais abastecidos e o time pressiona para ele receber menos, enquanto ele quer ganhar o que merece. Romain Grosjean tem chances, assim como Hulkenberg (seja para o lugar de quem for). Outros pilotos também conversam ali, como Pastor Maldonado, ainda que seu contrato com a Williams pareça firme.

McLaren
O time vive uma situação curiosa: ainda não exerceu sua opção de renovação com nenhum dos pilotos. Mas Button e Perez acreditam que as agruras deste ano ficarão para trás em 2014 e querem ficar. Acredito que isto aconteça.

CLASSIC PHOTO: JEAN PIERRE JARIER (GP BRASIL, 1975)


Passeio em Spa*

* Por Rafael Lopes

Na sexta-feira passada, fiz a pergunta: “Quem pode parar Sebastian Vettel?” Após o GP da Bélgica, ela continua valendo. A chuva não apareceu em Spa-Francorchamps neste domingo e acabou dando a lógica. O alemão da RBR superou o pole Lewis Hamilton ainda na primeira volta, logo depois da Eau Rouge, na reta Kemmel e não foi mais incomodado durante a corrida. Vettel foi ousado nos primeiros metros e depois soube administrar bem os pneus. Sem a chuva que atrapalhou o treino classificatório, o atual tricampeão mundial rumou tranquilamente para sua quinta vitória na temporada, a 31ª na carreira. Com isso, Vettel se tornou o quinto maior vencedor da história da Fórmula 1, empatado com Nigel Mansell e atrás apenas de Michael Schumacher, Alain Prost, Ayrton Senna e Fernando Alonso (só uma atrás do espanhol).

Após o passeio na Bélgica, Vettel complicou ainda mais a vida de seus rivais. O alemão chegou aos 197 pontos, 46 à frente do vice-líder, o espanhol Fernando Alonso, da Ferrari, segundo colocado na corrida deste domingo. O inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, assumiu o terceiro posto com 139, e o finlandês Kimi Raikkonen, da Lotus, caiu para o quarto posto após não pontuar pela primeira vez após uma sequência de 27 corridas na zona de pontuação por problemas no freio dianteiro esquerdo de seu carro. O Iceman não abandonava desde o GP da Itália de 2009, há 38 provas. A continuar neste ritmo, Vettel caminha para assegurar o tetracampeonato – e se igualar a Michael Schumacher e Juan Manuel Fangio, únicos com quatro títulos seguidos na F-1 – com três GPs de antecipação, em Abu Dhabi. Se o alemão não tiver problemas, será difícil tirar essa conquista dele.

Segundo colocado, Fernando Alonso merece os parabéns pela corrida deste domingo. Com uma Ferrari um pouco melhor em Spa, mas ainda longe do desempenho da RBR, o espanhol largou em nono, escolheu bem o lado no contorno da primeira curva – a La Source – e subiu para quinto. Depois atacou Jenson Button, da McLaren, e Nico Rosberg, da Mercedes, em sequência, para assumir o terceiro posto. Na volta do primeiro pit stop, a vítima foi Lewis Hamilton, em uma manobra arrojada na La Source e depois na freada para a Les Combes. Bela corrida do espanhol, que não parecia muito feliz no pódio. A cara de poucos amigos contrastava com os sorrisos de Vettel e Hamilton, fazendo as especulações ressurgirem com força. Alonso está insatisfeito com o desempenho da Ferrari. Já falou isso publicamente e foi repreendido por Luca di Montezemolo, presidente da montadora italiana. Será que o futuro do espanhol vai mudar? Cenas dos próximos capítulos…



Hamilton, por sua vez, vem fazendo uma temporada digna de muitos elogios. Sem carro para brigar pela ponta neste domingo em Spa-Francorchamps, fez o necessário para chegar na terceira posição. Criticado por trocar a estabelecida McLaren (que vive uma fase complicada em 2013) pela emergente Mercedes no fim do ano passado, o inglês vem provando que fez a escolha certa. E com a cabeça no lugar, ele é um dos melhores pilotos da Fórmula 1 atual, talvez até o dono do maior talento natural no grid. Se a situação na pontuação parece complicada neste ano, Hamilton já pinta como um dos principais candidatos ao título de 2014, ainda mais que sua equipe parece estar bem adiantada no novo projeto de carro e motor, que mudarão completamente.

Já Felipe Massa teve uma corrida com alguns problemas. O brasileiro não escolheu o lado certo na largada, ficou encaixotado pelas duas Lotus de Raikkonen e Romain Grosjean e acabou caindo para 12º. Como se não bastasse, sua Ferrari ainda sofreu uma pane eletrônica nas primeiras voltas: o volante apagou e o Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers) ficou inativo por algum tempo. Massa conseguiu reiniciar o sistema de dentro do carro e partiu para a recuperação: acabou em sétimo após uma bela ultrapassagem sobre Grosjean nas voltas finais. Para quem está sob a pressão de ter de mostrar serviço nas próximas corridas para assegurar um bom contrato para 2014 na Fórmula 1, não foi um resultado de todo ruim.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

SENNA ESPECIAL: GP ITÁLIA, 1990


REPLAY: F-INDY - GP DE SONOMA, 2013


O pecado de Vettel*

* Por Renan do Couto



Sebastian Vettel venceu pela 31ª vez na carreira e igualou Nigel Mansell. Aos 26 anos, é o quinto maior vencedor da história da F1. Caminha para o tetracampeonato mundial consecutivo. E eu ainda tento entender como as pessoas hesitam tanto em dizer que ele vai se tornar um dos gênios do esporte ao mesmo tempo em que exaltam tanto pilotos com números semelhantes ou mesmo piores — e não são só os números que fazem deste alemão um grande piloto.

Tudo por causa de um grande pecado: andar com o melhor carro. Andar no carro projetado por Adrian Newey. Tem gente que ainda diz que Vettel não enfrentou adversários de peso. É desmerecer demais o talento dele.

Vettel tem 26 anos, 39 poles, 31 vitórias, três títulos mundiais consecutivos. Foi o mais jovem campeão, o mais jovem bicampeão e o mais jovem tricampeão. Conquistou esses títulos correndo contra outros cinco campeões do mundo: Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Jenson Button, Michael Schumacher e Kimi Räikkönen (esse, só em 2012).

Se Vettel confirmar o favoritismo e ganhar de novo neste ano, fará o que apenas Michael Schumacher e Juan Manuel Fangio fizeram. Deixará para trás Niki Lauda, Ayrton Senna, Jackie Stewart, Jack Brabham e Nelson Piquet. Empatará com Alain Prost. Aos 26 anos.

Com a vitória deste domingo, ele tem tantas quanto Nigel Mansell. “Ah, mas Mansell teve adversários mais fortes”. Ok, Mansell teve Prost, Piquet e Senna. São melhores do que os que estão aí brigando com Vettel hoje. Mas Alonso, Button, Hamilton e Kimi estão longe de ser ruins. Mansell foi campeão em um ano em que correu só contra Senna — Schumacher ainda não tinha nenhum título, fazia sua primeira temporada completa na F1.

É bem provável que, daqui a duas semanas, Vettel vença o GP da Itália e empate com Fernando Alonso. Vai ter um monte de gente dizendo que Vettel não chega aos pés do espanhol. Respeito algumas dessas opiniões, mas discordo de todas elas. Não tem essa de que o alemão é tricampeão porque tem o melhor carro e Alonso está em uma Ferrari capenga.

Alonso foi campeão em 2005 e 2006 com o melhor carro. Em 2005, a McLaren era mais rápida, mas quebrava o tempo todo. Que nem em 2012. No fim das contas, a Renault e a Red Bull andaram melhor em um número maior de corridas e permitiram a seus pilotos conquistarem os títulos.

Alonso perdeu um título em que tinha o melhor carro nas mãos, o de 2007. Poderia ter sido tricampeão, não foi. Vettel aproveitou os três anos em que teve o melhor carro.

E Alonso caiu demais de produção na reta final de quatro dos cinco campeonatos que disputou: 2005, 2006, 2007 e 2012. Não importa qual tenha sido o motivo, podem reparar que a primeira metade da temporada do asturiano foi bem melhor que a segunda. A única exceção foi 2010, quando ele cresceu na segunda metade e chegou à decisão como líder. Vettel é o oposto, começou mal e se recuperou no final.

“Ah, mas o Alonso vem de trás, passando todo mundo, Vettel não passa ninguém. Olha só a corrida de hoje.” Assista o GP de Abu Dhabi de 2012 — naquela pista em que não dá para passar ninguém –, ou o GP do Brasil de 2012.

Qual o problema do cara querer assumir a primeira posição no começo e dominar a corrida? Por que vocês acham que o Senna era tão obstinado por conquistar pole-positions?

Tá, é chato ver um domínio de um piloto. Foi chato com Schumacher e pode estar chato, agora, com Vettel. Mas esse piloto de 26 anos tem tudo para derrubar as marcas de seu ídolo de infância e você vai ficar aí, chupando dedo e dizendo que é só por causa do carro e do Newey. Não é.

MINARDIANAS: GP ITÁLIA, 1991


SPARTACUS*

* Por Victor Martins

Admito que considerei inicialmente exageradas as opiniões de que Alonso estava com cara amarrada no encontro dos três primeiros colocados na salinha antes do pódio de ontem em Spa-Francorchamps. Dando um desconto àquele momento, seria natural que um segundo colocado não ficasse feliz com um resultado que o afaste ainda mais do líder e vencedor da prova, Vettel. Mas o decorrer das cenas realmente foi demonstrando que havia um desconforto, sim – e estar descontente é diferente de estar desgostoso.

Não dar um sorriso sequer em uma prova em que havia sido o nome e que ao menos esboçava alguma evolução em relação às últimas performances é, de fato, estranho. Por outro lado, não é tão estranho quando se pega a ficha do que aconteceu desde o fim de semana do GP da Hungria: a ida do empresário ao motorhome da Red Bull, o puxão de orelha público do presidente Luca di Montezemolo, a obrigação de ter de se desculpar e falar que foi um mal entendido atribuindo até a questões linguísticas, a ciência de que há um plausível cenário em que Räikkönen pode aparecer em Maranello em 2014.

Há pouco, o solerte Bruno Mantovani colocou em seu Twitter uma montagem em que aponta, no quadro superior, a comemoração de Vettel com a grade cheia de gente da Red Bull e, no inferior, uma desnecessária placa a Alonso com a diferença para o alemão e para Hamilton, fria e significativa. Bruno veio até me perguntar se aquela havia sido a última volta. Recorri ao pai dos vídeos para buscar a comprovação. O print abaixo aponta que, sim, não havia um mecânico sequer para celebrar um segundo lugar que, sim, deveria ser motivo de orgulho por atestar uma evolução evidente de um carro que vinha caindo de produção. A legenda que Mantovani atribuiu é factível, então: “é, azedou o clima na Ferrari”. E, convenhamos, qual é a necessidade que um piloto tem em saber a diferença para os rivais quando cruza a linha de chegada justamente num momento em que mostrar ao mundo que a situação intramuros está normal seria mais aprazível, em um GP patrocinado pela Shell? Ainda que não seja postura da equipe celebrar, uma mensagem ou um sinal de apoio pegaria bem. Não se viu isso.

Some-se a cara de zero amigos de Alonso com os colegas de trabalho que nem lhe deram muita bola pelo segundo lugar, e temos um verossímil cenário de que o espanhol não se sente em casa ou não tem mais o grupo de Maranello nas mãos. Além de ser mais um motivo de que Vettel tem o tetra no bolso, coloca mais um ponto de dúvidas sobre sua permanência na Ferrari. A MTV3 finlandesa apareceu neste fim de semana com uma possibilidade de troca de lugares entre Fernando e Kimi para o ano que vem, em que o primeiro levaria o Santander para a ex-Renault — onde conquistou seus dois títulos e o recebeu de braços abertos depois da beligerante temporada de 2007 na McLaren — e ajudaria a salvá-la da bancarrota.

Montezemolo já ressaltou diversas vezes, e não foi diferente com Alonso, de que os interesses da Ferrari sempre vão estar acima de qualquer piloto. O time pagou para se desfazer de Räikkönen em 2009 para ter este mesmo Alonso. A italianada é louca e venal o suficiente para desfazer a troca.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

GGOO BOLÃO F1 2013 - RESULTADOS DO GP BÉLGICA

RESULTADO OFICIAL DA CORRIDA:
Pole Position - HAMILTON
Posição no Grid Aleatória (12º) - SUTIL
Volta mais rápida na corrida - VETTEL
01º colocado na corrida - VETTEL
02º colocado na corrida - ALONSO
03º colocado na corrida - HAMILTON
04º colocado na corrida - ROSBERG
05º colocado na corrida - WEBBER
06º colocado na corrida - BUTTON
07º colocado na corrida - MASSA
08º colocado na corrida - GROSJEAN
09º colocado na corrida - SUTIL
10º colocado na corrida - RICCIARDO

PONTUAÇÃO NO BOLÃO:
+68 pontos - MURILO MOURA
+64 pontos - A. ROQUE
+57 pontos - MILTON NEVES
+56 pontos - FABIO MAROTTI
+53 pontos - JOÃO FELICIANO
+47 pontos - NATÁLIA WENDY
+44 pontos - RODRIGO PIOIO
+43 pontos - FABRICIO | S | SANDRA TARALLO | RICARDO
+40 pontos - BUCÉFALO
+39 pontos - RUDSON | CARLOS MONTEIRO | LUCAS NOGUEIRA
+38 pontos - ANDREY NEPERIANO | IGOR DPN | ADEMIR
+37 pontos - FABRICIO DUTRA
+34 pontos - JOÃO GUILHERME
+33 pontos - MARCELÃO | NETO ROX | LUIS CARLOS ZUIM
+31 pontos - DR. ROQUE
+25 pontos - LUISFH | NICOLAS 007 | SÂNDERSON VEIGA | RODRIGO CABRAL
+23 pontos - ANDRÉ PEREIRA
+22 pontos - MARCOS
+10 pontos - DÉBORA LONGEN
+00 pontos - GUSTAVO LUZÓRIO
-10 pontos - SEVERIEN | CÁSSIO EDUARDO | ARTHUR A&B | RAFAEL FREITAS | ÍTALO SANTOS | DIMAS CARVALHO | OSORIO FEC | MARCUS LOPES | CRISTIANO FARIAS | ALVARO WANDERLEY | SANDRA BARROS | GILDO A. | ANDRÉ ROQUE | DUFF | ANDERSON RANGEL

CLASSIFICAÇÃO GERAL:

SENNA ESPECIAL: GP ESPANHA, 1986


O fominha*

* Por Luis Fernando Ramos


Enquanto o vencedor Sebastian Vettel sorria à vontade no alto do pódio de Spa-Francorchamps, os pilotos que ocupavam os outros degraus estavam de cara amarrada. A performance dominadora do atual tricampeão mundial sinalizou em alto e bom som que o quarto título está bem encaminhado. Para desgosto de Fernando Alonso e de Lewis Hamilton, 2º e 3º colocados do GP da Bélgica, respectivamente.

Vettel assumiu a liderança ultrapassando o pole Hamilton logo na primeira volta, pegando o vácuo da Mercedes do inglês na Eau Rouge e fazendo uso do Kers para completar a manobra. Depois, desapareceu na frente. Foi o líder ao final de todas as 44 voltas e marcou também a melhor volta da corrida. Um verdadeiro passeio que tirou muito da emoção da prova - sem a chuva, o GP da Bélgica foi uma das corridas mais chatas do ano. Não para o vencedor, claro.

- O carro parecia um foguete, não imaginei que ele estivesse tão bem. Para quem assistia  pode não ter sido muito divertido. Mas guiar um carro assim num circuito como este é uma das coisas mais divertidas que se pode fazer. Acho que o resultado de hoje é a tradução disso - disse o líder do Mundial.

Quem garantiu um mínimo de emoção para a 11º etapa do campeonato foi o espanhol Fernando Alonso, que ganhou cinco posições na primeira volta e outras duas ao longo da corrida para terminar em segundo lugar. Estranhamente, depois de uma performance tão boa não havia nenhum mecânico da equipe comemorando a passagem de Alonso na linha de chegada - e o espanhol mudou a trajetória de seu carro para passar bem longe do muro dos boxes. Sinais de crise em Maranello? Falando depois aos jornalistas, restou ao espanhol silenciar sobre o tema. E escancarar novamente a sua tática “vodu” para buscar o título da temporada - sua diferença para Vettel no momento é de 46 pontos:

- Sabemos que isto pode mudar em poucas corridas. Precisamos iniciar uma série de vitórias e estamos trabalhando para que isso aconteça. E torcer para que, em alguma largada, alguém bata no carro dele ou que ele sofra uma quebra mecânica. Precisamos de algum tipo de ajuda.

E, para Alonso e Ferrari, é bom que isto aconteça logo. A próxima etapa do Mundial, no dia 8 de setembro, é o GP da Itália. Monza estará lotada com os fanáticos tifosi loucos para ver um resultado positivo.

GRID GIRLS: BRASILEIRO DE MARCAS (GP CURITIBA, 2013), FORMULA 1 (GP BÉLGICA, 2013) E MOTO GP (GP DA REPÚBLICA CHECA, 2013)