segunda-feira, 17 de março de 2014

Anticlímax*

* Por Luis Fernando Ramos


Domínio absoluto, poucas trocas de posição e polêmicas criadas pelos comissários de prova. A Fórmula 1 mudou radicalmente em 2014 para continuar como estava. O GP da Austrália mostrou que o modelo da Mercedes está léguas à frente dos adversários, que as mudanças técnicas nos carros não incrementaram a dinâmica das corridas e, principalmente, que a regulamentação dos novos motores V6 ainda vai gerar muita discussão.

Na prática, a corrida no Albert Park só terminou quase seis horas depois de Nico Rosberg receber a bandeirada de vencedor da prova. Foi quando a FIA anunciou a desclassificação do segundo colocado, Daniel Ricciardo, por uma irregularidade no fluxo de combustível do carro da Red Bull.

O time apelou da decisão, alegando que o sensor que media isso não era confiável. De fato, durante o final de semana, várias carros tiveram problemas nos sistemas de medida do uso de combustível e tiveram de fazer trocas de última hora no sensor. Inclusive no carro de Daniel Ricciardo. O julgamento ocorrerá no Tribunal de Apelações da FIA em data a ser definida.

A polêmica desviou a atenção da superioridade demonstrada pelo carro da Mercedes. Em alguns estágios da prova, Nico Rosberg chegou a abrir um segundo e meio por volta sobre o resto. O passeio foi tão grande que deixou alguns rivais à beira do desespero. Fernando Alonso chegou afirmar que eles estão em outra categoria e Daniel Ricciardo apostou que Nico Rosberg nem precisou tirar o máximo do carro para abrir toda a vantagem que tinha no final da prova. O vencedor deu todo o crédito do sucesso ao time:

"Um carro incrível como esse só é possível se feito com paixão, a paixão de ver o carro que eles construíram chegar e dominar a Fórmula 1. Isso é o que importa e o que conseguimos hoje como equipe, este primeiro lugar, é a melhor recompensa", disse Rosberg.

Diante da expectativa de uma corrida dramática em termos de abandonos e de problemas de consumo de combustível, a prova de abertura do Mundial de 2014 foi um anti-clímax. Quinze dos 22 carros que largaram foram até o final da corrida. E o período de safety car no início da prova praticamente eliminou a necessidade de poupar gasolina. Diante disso, foram poucas as disputas por posição.

Resta conferir num circuito mais normal, como Sepang, se o que ocorreu em Albert Park foi a regra ou a exceção.

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